12 julho 2010

MLB - Um refresco durante a maratona

Fim de semestre letivo é sempre a mesma correria. Agora que ficou pra trás, vamos tentar atualizar o blog com análises dos drafts da NHL e da NBA. Porém, o assunto de hoje não é nenhum dos dois drafts. Acontece amanhã o All-Star Game da MLB, onde 2 times mal escalados se enfrentam pra decidir quem terá a vantagem no mando de campo durante a World Series. Sua importância, no entanto, vai além disso. O all-star break, a pausa na maratona que é a temporada de baseball para que o jogo das estrelas possa ocorrer, é um marco na campanha e na performance de times e jogadores. Arrancadas para a liderança da divisão e melhora de rendimento, ou de forma contrária, esquecer como se bate na bolinha, são constantes no período após o evento. Vamos então dar uma olhadinha no que aconteceu durante os primeiros meses de baseball em 2010.

Até 2 anos atrás o Tampa Bay Rays era um mero coadjuvante na divisão leste da Liga Americana. Seu papel era arrancar algumas vitórias de Yankees ou Red Sox, fingindo dificultar um pouco as coisas pros tradicionais rivais. Uma aparição em World Series depois e o time da Flórida compete cabeça a cabeça pelo título da divisão. O time chegou a liderar nos primeiros meses, mas teve uma pequena queda de rendimento e permitiu que NY o ultrapassasse. Depois de varrer o Red Sox no último encontro dos times, os Rays estão em segundo na divisão, 2 vitórias atrás dos Yankees e 3 à frente de Boston, que teve um início difícil mas tem se recuperado. Como só o melhor segundo colocado de todas as divisões vai para os playoffs essa é uma briga que tem tudo pra esquentar. A possibilidade de 2 desses times irem à pós-temporada é grande, pela vantagem que têm para os outros concorrentes à vaga da repescagem.

Também na Liga Americana, o outro time da meia na MLB também é um concorrente direto a uma vaga de playoff. Após um começo ruim, com problemas na rotação titular, o Chicago White Sox, campeão de 2005, conseguir chegar à liderança da divisão central. O Minnesota Twins, vencedor da divisão no ano passado, está com algumas dificuldades de adaptação a seu novo estádio, Target Field, e encontra problemas para manter uma sequência de vitórias. Sua maior estrela, o catcher Joe Mauer, não consegue repetir a impressionante campanha do ano passado. Cotado para ganhar facilmente a divisão, o time está atrás do Detroit Tigers, que sempre está na disputa para chegar à pós-temporada. A briga é boa, e com os times tão próximos e com tanto talento espere uma decisão apenas nos últimos suspiros da temporada regular.

Com o Texas Rangers liderando a desinteressante divisão oeste, pouco pressionado por Los Angeles Angels e Oakland Athletics - quadro que deve mudar: os Angels são um time competitivo e experiente - é hora de passarmos para a Liga Nacional. Na divisão leste a liderança é do Atlanta Braves, à frente de NY Mets e dos atuais campeões da conferência Philadelphia Phillies. O time de Philadelphia tem algumas dificuldades no ataque, que nem sempre consegue ajudar seus arremesadores a conseguir vitórias. O jovem time de Atlanta se aproveita disso e segue na busca pela vaga.

A divisão central têm a surpreendente liderança do Cincinnati Reds. Atrás de seus arremesadores e do bastão de Joey Votto, os Reds tentam quebrar a hegemonia do St. Louis Cardinals, que venceu a divisão 7 vezes nos últimos 10 anos. O time que jamais vencerá não deve tentar quebrar a escrita nesse ano. Sem título nos últimos 100 anos, o Chicago Cubs dificilmente chegará a terceira pós-temporada consecutiva, 9 vitórias atrás do líder Cincinnati.

Se os Reds não bastassem, a divisão oeste ganha o prêmio de "divisão maluca do ano". Depois de alguns anos sempre no buraco, com uma folha de pagamento bem reduzida, e um buraco negro como estádio, o San Diego Padres lidera a divisão, 2 vitórias a frente de Colorado e LA Dodgers, bem mais acostumados com essa disputa. 'The little team that could" aposta num jogo de arremesadores - tem o melhor conjunto da MLB, com o melhor ERA e um closer perto da liderança da liga em saves - e "small ball", priorizando ganhar bases ao invés de mostrar potência no bastão e tentar roubar bases sempre que possível. A missão de San Diego é mostrar que ele realmente pode competir em alto nível, a despeito dos céticos que estão a espera do momento em que o time vai implodir (bom, os céticos envolvem até mesmo a torcida do time, então a tarefa não é assim tão simples...). A espreita está o San Francisco Giants, que tem alguns problemas no seu ataque e um Tim Lincecum não tão genial. A chegada do catcher-prodígio Buster Posey dá novo fôlego à equipe, fazendo a divisão ficar bem mais movimentada que de costume.

Com pouco mais da metade da temporada já disputada o cenário dos playoffs ainda está totalmente indefinido. Ainda que os 3 times da AL Leste - NY Yankees, Boston Red Sox e Tampa Bay Rays - se mostrem um passo a frente do resto da liga, tendo mais vitórias que alguns líderes de divisão, a maratona ainda reserva surpresas. Como o número de jogos, e o desgaste, é muito grande, contusões são mais do que naturais e podem jogar no lixo a temporada de um time. Nas últimas semanas o destaque foi a contusão de Jake Peavy, que apesar de não fazer uma temporada espetacular vai desfalcar o White Sox até o ano que vem. Outros times, como o San Diego Padres, que se baseiam no conjunto, torcem para que nada de excepcional aconteça até outubro. Tudo porque, depois dessa pequena pausa, a maratona vai continuar.

11 julho 2010

NBA Finals Game 5 - One Man Band vs. Team Work

Primeiros jogos de Copa bem fraquinhos por enquanto fazem com que a atenção redobre sobre o “final das Finais” na NBA. Depois de um belo Game 4, com o banco dos Celtics dominando, a série ficou empatadíssima e ainda melhor de se acompanhar. A noite já prometia, era o último jogo na casa dos verdes (Game 6 e 7 serão em L.A.), que continuavam com o dever de ganhar, que dessa vez significaria reverter a situação de dias atrás e virar o placar da série para 3 a 2.

Começo de jogo belíssimo! Muito equilibrado, lá e cá... Um apetite para o que esse jogo viria a ser. Pierce e Garnett marcaram juntos 12 pontos, 8 só do small forward. Do lado dos Lakers, quem comandava era o armador Derek Fisher, que anotou 9 pontos no período inicial, enquanto Kobe (apagado, mas não por muito tempo) marcou apenas 3. Ray Allen continuou arremessando mal, mas agora ficou mais claro o porque do seu mau momento. Descobri que seu filho mais novo que sofre de diabetes, Walker, fora internado com problemas de saúde no sábado, dia 12. Parece que já está tudo ok com a criança, mas com certeza atrapalhou o preparo psicológico de Ray Ray. Segundo quarto iniciando, e o banco de Boston entra em ação. Rasheed, “Big Baby” e Nate Robinson pisaram na quadra e jogaram bem, um pouco melhor que os mais discretos reservas dos Lakers (Odom, Vujacic e Farmar). Rondo liderou os C’s, fez pontos e participou da maioria das jogadas importantes do quarto, inclusive de uma pequena briga com Ron Artest, que havia feito uma falta clara empurrando KG no chão. Após algumas faltas técnicas, tudo voltou ao normal. Enquanto isso, quem ia aquecendo a mão era Bryant, que marcou 7 pontos para os Lakers na etapa. Outro que estava muitíssimo bem era “The Truth” Paul Pierce, que anotou exatos 7 pontos, e foi para o vestiário com 15 pontos na carteira, feliz também com a vitória parcial dos verdes, que ganhavam por 45 a 39.

O terceiro quarto merece uma atenção especial, porque foi histórico. Boston começou dominando na defesa e contra-ataque, e marcou logo 5 pontos no primeiro minuto, em cesta de Rondo e arremesso de 3 de Pierce (que foi resultado de uma linda jogada de equipe). Além disso, Kobe acabara de perder um lance livre sozinho (cobrando falta técnica de 3 segundos no garrafão de Pierce). Tudo parecia perdido para os Lakers, que agora estavam abaixo no placar por 11 pontos. Mas a estrela do craque Kobe resolveu brilhar mais uma noite e ele marcou, nada mais nada menos, que os próximos 19 pontos seguidos para L.A.!!! E isso tudo em apenas um quarto de jogo! Isso mesmo, 19 pontos seguidos em um quarto! Esse é Kobe Bryant, o cara que resolve quase tudo sozinho e comanda o time com autoridade, desponta no momento que é requisitado, um jogador espetacular. Os únicos Lakers a marcarem no quarto, além de Kobe, foram Vujacic (2 pontos) e, o até então muito apagado, Pau Gasol (5 pontos). Para a sorte dos fãs dos Celtics, Pierce estava em noite inspirada e marcou 11 pontos, para manter o placar a favor dos verdes. KG também contribuiu com 7 pontos, além do moleque Rondo, que forneceu 4 assistências. O placar terminou em 73 a 65 para Boston. Até agora, foi, indubitavelmente, o melhor quarto jogado nessa série. Representou bem como cada equipe joga, uma focada em um jogador “alfa” e a outra no trabalho de equipe.

O último período trouxe de volta o equilíbrio dos times (não do placar, que se manteve constante) do primeiro, as duas equipes jogaram com cautela e erraram bastante. Pierce fez apenas 1 ponto e KG 3 para o lado dos Celtics, enquanto Kobe continuou com a mão quente (fez 9 pontos e terminou com incríveis 38) e Gasol fez 5 pontos. Mas não foi o suficiente para vencer a equipe verde, que triunfou por 92 a 86 em casa, e virou o placar da série para 3 a 2. Agora, a vantagem é dos Celtics, que vão para L.A. tentar vencer apenas um jogo, para levarem o 18 título da franquia. Já os Lakers ficam com a obrigação de defenderem home court e presentearem seus torcedores com o troféu das Finals. Neste momento, aposto minha fichas nos Celtics, já que só precisam vencer um dos jogos, mas acho que será no Game 7 (tomara), o que edificará essa série como uma das mais clássicas e equilibradas dos últimos anos.